São Domingos Sávio: "A morte, mas não o pecado"
06/05/2025

São Domingos Sávio: "A morte, mas não o pecado"

São Domingos Sávio: "A morte, mas não o pecado"
Foto: Divulgação

Nascimento: 02/04/1842

Beatificado: 05/03/1950

Canonizado: 12/06/1954

Celebração litúrgica: 06/05

 

Domingos Sávio nasce no povoado de San Giovanni, distrito de Riva di Chieri em Turim, na Itália, em 2 de abril de 1842, o segundo filho de Carlos e Brígida Gaiato, entre os 10 irmãos. O pai vem de Ranelle, povoado de Castelnuovo d’Asti (hoje Castelnuovo Dom Bosco) e exerce a profissão de ferreiro; a mãe é originária de Cerreto d’Asti e é costureira. Domingos é batizado no mesmo dia do nascimento na igreja paroquial de Riva di Chieri, como resulta da certidão de Batismo assinada pelo pároco Pe. Vicente Burzio. Em novembro de 1843, a família de Sávio transfere-se para Morialdo, povoado de Castelnuovo d’Asti, a cerca de um quilômetro dos Becchi, onde está a casa de Dom Bosco. Lá, Domingos passa uma infância serena, rica de afeto e dócil aos ensinamentos religiosos dos pais, profundamente cristãos. Etapa fundamental do seu extraordinário itinerário de santidade é a Primeira Comunhão, à qual é admitido excepcionalmente aos 7 anos de idade. Daquele evento são conhecidos os “Propósitos”:

“1º Confessar-me-ei com muita frequência e farei a comunhão sempre que o confessor me der licença; 2º Quero santificar os dias festivos; 3º Os meus amigos serão Jesus e Maria; 4º A morte, mas não o pecado”.

Estes propósitos, que Domingos renovará todos os dias da vida e que marcarão a existência de muitos outros jovens santos, já exprimem um grande nível de santidade, a ação da Graça, que Dom Bosco mesmo reconhecerá, valorizará e orientará.

Domingos cresce e quer aprender. Vai à escola com muito empenho: cerca de 15 quilômetros, todos os dias, sozinho, por estradas inseguras: “Meu caro, não temes caminhar sozinho por estas estradas?”, pergunta-lhe um colega. “Eu não estou sozinho, tenho o anjo da guarda que me acompanha em todos os passos”. Certa manhã de inverno, na escola, enquanto esperam pelo professor, os colegas enchem a estufa de pedras e neve. Ao professor, irado, os colegas dizem: “Foi Domingos!”. Ele não se desculpa, não protesta, e o professor castiga-o severamente, enquanto os outros riem. Mas, no dia seguinte, a verdade vem à tona. “Por que – pergunta-lhe o professor – não disseste logo que eras inocente?”. Domingos responde: “Porque aquele fulano, sendo já culpado de outras coisas, talvez fosse expulso da escola. Da minha parte, eu esperava ser perdoado sendo a primeira falta de que era acusado na escola; por outro lado, pensava também em nosso Divino Salvador, que foi caluniado injustamente”.

Em fevereiro de 1853, a família Sávio, por motivos de trabalho, vai morar em Mondonio, a cerca de 5 quilômetros de Morialdo. O professor de Mondonio, Pe. Cugliero, fora companheiro de Dom Bosco no seminário. Encontrando-o certo dia, falou-lhe de Domingos como de “um seu aluno digno de atenção especial pela inteligência e piedade. Aqui, em sua casa – dizia – pode haver jovens iguais, mas dificilmente haverá quem o supere em talento e virtude. Comprove isso e encontrará um São Luís”. Em 2 de outubro de 1854, por ocasião da festa de Nossa Senhora do Rosário, Domingos, com o pai, encontra Dom Bosco nos Becchi; é a etapa decisiva para o seu itinerário de santidade. Domingos pede a Dom Bosco para ser admitido no Oratório de Turim, porque deseja ardentemente estudar para ser padre. Dom Bosco fica impressionado: “Reconheci nele um caráter totalmente segundo o espírito do Senhor, e fiquei muito admirado considerando a ação que a Graça divina já operara naquele tenro coração”. E disse-lhe: “Pois é! Parece que há aqui um bom tecido”. Franco e decidido, utilizando como metáfora a profissão da mãe, Domingos respondeu: “Então, eu sou o tecido; o senhor seja o alfaiate; leve-me contigo e faça uma bela veste para Nosso Senhor”. Domingos chegou ao Oratório em 29 de outubro de 1854, ao final da mortal pestilência de cólera que dizimara a cidade de Turim.
Tornou-se logo amigo de Miguel Rua, João Cagliero, João Bonetti e José Bongiovanni com os quais se fazia acompanhar para ir à escola na cidade. Com toda probabilidade, nada soube da “Sociedade Salesiana” sobre a qual Dom Bosco começara a falar a alguns de seus jovens em janeiro daquele ano. Em 8 de dezembro de 1854, enquanto em Roma o Papa Pio IX declarava “verdade de fé” à Imaculada Conceição de Maria Santíssima, Domingos ajoelhava-se diante do altar da Mãe de Deus na igreja de São Francisco de Sales, consagrando-se solenemente a Ela: “Maria, eu vos dou o meu coração; fazei que seja sempre vosso. Jesus e Maria sereis sempre os meus amigos; mas, por piedade, fazei-me morrer antes que me aconteça a desgraça de cometer um só pecado”. Será nesta mesma circunstância que surgirá em seu coração o desejo de fundar aquela que, oficialmente constituída em 8 de junho de 1856, será a Companhia da Imaculada Conceição.

Domingos é alegre, amigo confiável de todos, especialmente de quem passa por dificuldades; assíduo e constante nos compromissos de estudo. Confidencia a Camilo Gavio, de Tortona, um de seus melhores amigos: “Fica sabendo que nós aqui fazemos consistir a santidade em estar muito alegres. Procuraremos apenas evitar o pecado, como o grande inimigo que nos rouba a graça de Deus e a paz do coração, impede de cumprir exatamente com nossos deveres e frequentar as coisas de piedade. Começa desde hoje a escrever para te recordares: Servite Domino in laetitia, sirvamos o Senhor em santa alegria”. Alegria que é expressão de uma vida vivida em profunda e íntima amizade com Jesus e Maria, sinal da ação renovadora do Espírito e de santidade alegre e contagiosa, que forma jovens apóstolos capazes de atrair as almas para Deus. Nesses meses, também se conecta com amizade espiritual a João Massaglia: “Ambos tinham a mesma vontade de abraçar o estado eclesiástico, com verdadeiro desejo de se fazerem santos”. Este pacto ajuda-os a alcançar grandes alturas de vida cristã, através da partilha de experiências espirituais e apostólicas, da prática da correção fraterna, da obediência aos superiores. “Quero que sejamos verdadeiros amigos”, dissera Domingos a João. E foram realmente “verdadeiros amigos para as coisas da alma”, dando início a uma escola de santidade juvenil caracterizada pela intensa vida de oração, pelo espírito de sacrifício, pela laboriosidade e pela alegre fecundidade apostólica. De João Massaglia, Dom Bosco testemunhou: “Se quisesse escrever os belos aspectos da virtude do jovem Massaglia, deveria repetir em grande parte as coisas ditas sobre Sávio, de quem foi fiel seguidor enquanto viveu”. Havia, no oratório, jovens magníficos, mas havia também aqueles que se comportavam mal e havia jovens que sofriam, com dificuldade nos estudos, levados pelas saudades de casa.

A cada um procurava ajudar individualmente. Por que os jovens de maior boa vontade não poderiam unir-se numa “sociedade secreta”, para formar um grupo compacto de pequenos apóstolos na massa dos outros? Domingos, “guiado, então, pela habitual caridade industriosa, escolheu alguns dos seus fiéis companheiros e convidou-os para unir-se a ele a fim de formar uma companhia chamada da Imaculada Conceição”. Dom Bosco deu o seu consentimento: “Um dos que mais eficazmente ajudaram a Domingos Sávio na fundação e na redação do regulamento foi José Bongiovanni”. Das atas da Companhia conservadas no Arquivo Central Salesiano, sabe-se que os membros, que se reuniam uma vez por semana, eram dez: Miguel Rua (eleito presidente), Domingos Sávio, José Bongiovanni (eleito secretário), Celestino Durando, João Bonetti, Ângelo Sávio (clérigo), José Rocchietti, João Turchi, Luís Marcellino, José Reano, Francisco Vaschetti. Faltava João Cagliero que, convalescente depois de grave doença, estava na casa de sua mãe. O artigo conclusivo do regulamento, aprovado por todos e também por Dom Bosco dizia: “A sincera, filial, ilimitada confiança em Maria, a especial ternura por Ela e a devoção constante nos tornarão superiores a qualquer obstáculo, tenazes nas resoluções, rígidos conosco, amáveis com o nosso próximo e exatos em tudo”.

Os sócios da Companhia escolheram “cuidar” de duas categorias de meninos, que na linguagem secreta das atas foram chamados de “clientes”. A primeira categoria era formada pelos indisciplinados, os que facilmente falavam palavrões ou brigavam. Cada sócio assumia um deles e fazia-se de “anjo da guarda” pelo tempo necessário. A segunda categoria era a dos recém-chegados. Ajudavam a passar alegremente os primeiros dias, quando ainda não conheciam ninguém, não sabiam jogar, falavam apenas o dialeto do lugar de origem, tinham saudades. Vê-se nas atas o desenrolar de cada reunião: um momento de oração, alguns minutos de leitura espiritual, uma exortação recíproca a frequentar a Confissão e a Comunhão; “fala-se depois dos clientes confiados [a cada um]. Exorta-se à paciência e à confiança em Deus para com aqueles que pareciam totalmente surdos e insensíveis; à prudência e doçura para com os facilmente persuadidos”. Confrontando os nomes dos participantes da Companhia da Imaculada com os nomes dos primeiros “inscritos” na Pia Sociedade, tem-se a comovente impressão de que a “Companhia” fosse a “prova geral” da Congregação que Dom Bosco estava para fundar. Ela era o pequeno campo onde germinaram as primeiras sementes da inflorescência salesiana. A “Companhia” tornou-se o fermento do oratório.

Os poucos meses que Domingos viverá no Oratório são uma nova confirmação da sua deliberação de fazer-se santo, particularmente depois de ter ouvido uma pregação de Dom Bosco sobre o modo fácil de ser santo. “É vontade de Deus que todos nós sejamos santos; é muito fácil de consegui-lo; um grande prêmio está preparado no céu para quem se faz santo”. Para Domingos, aquela pregação foi como uma centelha que incendiou o seu coração e pôs-se logo a praticar os conselhos que Dom Bosco lhe deu: “Primeiramente, uma constante e moderada alegria, e aconselhando-o a ser perseverante na realização dos seus deveres de piedade e estudo, recomendei-lhe que não deixasse de participar sempre do recreio com seus colegas”. Quem percebeu a estatura moral e espiritual de Domingos foi Mamãe Margarida, que um dia confidenciou a Dom Bosco:
“Tens muitos jovens bons, mas nenhum supera o belo coração e a bela alma de Domingos Sávio”. E explicou: “Vejo-o sempre a rezar, permanecendo na igreja mesmo depois dos outros; deixa todos os dias o recreio para fazer uma visita ao Santíssimo Sacramento... Está na igreja como um anjo que mora no Paraíso”. E é graças ao amor à Eucaristia e à devoção a Maria que estes jovens vivem e compartilham uma intensa vida espiritual e mística, de radicalidade evangélica na obediência à vontade de Deus, no espírito de sacrifício, na fecundidade apostólica e educativa entre os colegas, sobretudo os mais difíceis ou marginalizados. Todavia, Domingos permaneceu com Dom Bosco só até 1º de março de 1857 quando, devido a uma enfermidade, que se apresenta logo muito séria, deve retornar à família, em Mondonio. Em poucos dias, embora com alguma esperança momentânea, a situação se precipita e a doença de Domingos se agrava. Morre serenamente em Mondonio no dia 9 de março de 1857, exclamando: “Ó, que bela coisa eu estou vendo...”. A presença de Maria marca toda a história deste jovem como Aquela que o acompanha na realização da graça do Pai e da sua missão. Embora muito jovem, a Igreja reconhece a sua santidade. O papa Pio XI definiu-o como “pequeno, ou melhor, grande gigante do espírito”. Ele realizou a verdade do seu nome: Domingos, “do Senhor”; e Sávio “sábio”; sábio, portanto, nas coisas do Senhor e qualificado pela exemplaridade e santidade de vida.

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Fonte: Salesianos Don Bosco

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O Reitor-Mor renova o Sonho Missionário de Dom Bosco

Por ocasião de sua Visita de Animação aos Coirmãos Salesianos na Argentina, pelo Sesquicentenário da Chegada ali da Primeira Expedição Missionária Salesiana, o Reitor-Mor, P. Fábio Attard, viveu uma intensa jornada na sexta-feira, 12 de dezembro, reunindo-se e encontrando-se com Comunidades, Jovens e Responsáveis inspetoriais em clima de memória, gratidão, renovado impulso apostólico. A manhã iniciou em diálogo com os Inspetores P. Horacio Barbieri e P. Darío Perera e seus Conselhos inspetoriais [da Argentina Norte - ARN e Argentina Sul – ARS], na histórica Biblioteca da Casa Salesiana Dom Bosco, no bairro do Congresso, em Buenos Aires, presentes outrossim o Vigário do Reitor-Mor, P. Stefano Martoglio; o Conselheiro para as Missões, P. Jorge Crisafulli; e o Conselheiro para a Região América Cone Sul, P. Gabriel Romero. Aos Responsáveis locais foi apresentado um quadro da realidade salesiana no país e o Reitor-Mor convidou todos a “continuarem a acompanhar e a apoiar com coragem as realidades juvenis de hoje”, nas 100 obras ativas no território nacional. Enquanto isso, já iam chegando à Casa Inspetorial do vizinho bairro Almagro, os primeiros Grupos de jovens e Diretores provenientes de várias obras do país, prontos para participar do encontro nacional “Estamos Todos”, previsto para 13-14 de dezembro. À tarde, antes do encontro com os jovens, o Reitor-Mor e Conselheiros visitaram a Casa Salesiana ‘San Juan Bosco’, onde foram recebidos pelo Diretor, P. Antonio Fierens, pelo Bispo Dom Juan Carlos Romanín e pela Comunidade Salesiana envolvida na paróquia, no «Hogar de Cristo ‘Jorge Novak’» e nos serviços existentes na ‘Villa Itatí’. Posteriormente, o P. Attard dirigiu-se à Casa Salesiana “Nuestra Señora de la Guardia”, de Bernal, ‘ 1ª Casa de Formação Salesiana, na América ’. Ali defrontou-se com centenas de exultantes jovens, empenhados numa grande Festa intitulada “Celebramos nossa história, renovamos o sonho”, aberta por uma quase multicolorida murga carnavalesca, que o acompanhou até o palco, do histórico pátio. As comemorações foram seguidas por um momento de intenso silêncio para ouvir a primeira mensagem do Reitor-Mor: “A vossa presença alegre comunica esperança. Conhecer o passado permite-nos viver o futuro com a esperança que Dom Bosco nos deixou!”. Antes da Santa Missa, celebrada na Paróquia dedicada a Nossa Senhora ‘de la Guàrdia’, o P. Fábio Attard visitou a Capela interna da Casa, onde repousam os restos mortais do Bispo salesiano Dom Tiago Costamagna, um dos primeiros missionário na América do Sul. A Concelebração Eucarística foi enriquecida pela representação cênica de momentos-chave da Primeira Expedição Missionária. Na homilia, o Reitor-Mor recordou o essencial da vocação salesiana: “Em Deus, a vida encontra sentido. Precisamos da coragem da Fé e da força da Caridade. Só descobrindo o Amor de Deus, podemos transmiti-lo aos jovens!”. E acrescentou: “O Evangelho nos preenche de alegria e nos leva a também doar-nos, com júbilo, aos outros! ”. No final, respondeu às perguntas recolhidas nas redes sociais na campanha “O que você perguntaria ao Reitor-Mor?”, falando de sua vida e suas raízes; de tecnologia e de IA. “ Os jovens - afirmou - esperam por adultos autênticos. Autênticos e atentos!”. Fotos, cantos, danças, ceia comunitária encerraram a noite, que terminou à meia-noite, com a tradicional ‘boa-noite’ ministrada pelo do Reitor-Mor. O segundo dia do P. Attard na Argentina terminou assim em clima de entusiasmo e gratidão, preparando os grandes eventos de 13-14 de dezembro com que se comemora o início da dimensão missionária global, na Congregação Salesiana. Agência Info Salesiana

3º Domingo do Advento: O domingo da alegria

O 3º Domingo do Advento, conhecido como Domingo Gaudete (Alegria, em latim), é um momento especial de celebração e esperança durante a preparação para o Natal. Ele convida os cristãos a se alegrarem profundamente pela proximidade da chegada de Jesus, o Salvador. A liturgia deste dia utiliza a cor rosa, simbolizando a alegria e o regozijo que permeiam a expectativa do nascimento de Cristo. As leituras bíblicas reforçam esse sentimento. O apóstolo Paulo nos exorta: “Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito: alegrai-vos!” (Filipenses 4,4-5), enquanto o profeta Isaías anuncia: “Ele vem para salvar vocês” (Isaías 35,4). No contexto da espiritualidade salesiana, o 3º Domingo do Advento também é um chamado para irradiar alegria cristã, especialmente entre os jovens. A vivência dessa alegria, segundo Dom Bosco, é um sinal de um coração que vive em comunhão com Deus, comprometido em transformar o mundo com amor e esperança. Que neste domingo, todos possam experimentar a verdadeira alegria que nasce da fé e do encontro com Cristo.   Comunicação da Rede Salesiana Brasil

Formação das neo-Ecônomas Inspetoriais 2025

De 6 a 24 de novembro de 2025, 33 Filhas de Maria Auxiliadora provenientes de todo o mundo reuniram-se em Roma, na Casa Geral, para o Encontro de formação organizado pelo Âmbito da Administração do Instituto das FMA. As participantes eram 23 neo- ecônomas, 3 ecônomas presentes para atualização, 3 FMA que iniciarão o seu serviço em 2026 e 4 FMA que colaboram com o Economato inspetorial. A diversidade de procedência, cultura e experiência foi para todas uma grande riqueza, que favoreceu o espírito de pertença e as tornou conscientes do precioso e delicado serviço confiado a cada uma dentro de um Instituto que responde a uma necessidade educativa em nível mundial. O tema escolhido foi: “A economia do serviço, para uma economia que gera vida”.Para quem desempenha o serviço de ecônoma, é importante ter presente que, no centro da economia, deve estar a pessoa e que a administração deve ser vivida e realizada como ato de amor e fidelidade à missão. A correta administração dos bens deve favorecer a vida da comunidade, mas não pode deixar de levar em conta a vida e o futuro da missão. Durante todo o encontro, o trecho evangélico das bodas de Caná – “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5) – serviu de guia. Como Maria, também a ecônoma deve ser uma mulher atenta às necessidades, plenamente inserida no presente e solícita, “uma mulher cuidadosa, que se ocupa da felicidade dos outros; uma mulher que vive uma escuta profunda e responsável para colher as situações de necessidade quando falta o ‘vinho’, isto é, a alegria do amor, e levar Cristo, não com palavras, mas no serviço, na proximidade, com compaixão e ternura” (Cf. Papa Francisco, Encontro com as capitulares – 2021). As ecônomas foram então convidadas a viver todo o encontro com a atitude de: escutar a necessidade, acolher o milagre, agir com confiança para gerar vida. Os dias formativos foram coordenados pela Conselheira Geral da Administração, Ir. Ena Veralís Bolaños, com as colaboradoras do Âmbito, e foram sustentados pelas intervenções da Dra. Francesca Romana Busnelli – psicóloga do trabalho, docente da Pontifícia Faculdade de Ciências da Educação Auxilium, professora efetiva de Pedagogia Geral e diretora do Instituto de Metodologia Pedagógica da Universidade Pontifícia Salesiana – que soube animar o grupo, favorecendo a todas as participantes no conhecimento recíproco, em se sentir livres para se expressar, em experimentar a importância de viver relações serenas e construtivas e em colher a continuidade dos conteúdos recebidos dos diversos relatores. Particularmente interessante e significativa foi a intervenção da Superiora Geral, Madre Chiara Cazzuola, que falou sobre Sinodalidade e serviço:“Escolhi este tema porque uma ecônoma inspetorial é uma mulher consagrada, antes de tudo uma FMA feliz, que vive um serviço delicado e importante na comunidade inspetorial”, explicou. “Falo de serviço, não de poder porque, ao contrário da lógica do mundo em que a economia governa, impõe e programa crises, mudanças, tendências, para nós FMA economia significa sábia gestão e valorização dos recursos humanos e materiais e/ou financeiros a serviço do Carisma. E nunca é uma gestão solitária, mas sempre compartilhada e sinodal”. Durante os dias, também intervieram Ir. Grazia Loparco – historiadora do Instituto e docente na Faculdade Auxilium – e Pe. Pascual Chávez, SDB, Reitor-Mor emérito da Congregação Salesiana, que ajudaram a fazer uma leitura carismática dos temas tratados. O aprofundamento dos artigos das Constituições, proposto por Ir. Ena, assim como a precisa e motivada apresentação dos procedimentos utilizados pelo Instituto, feita pela Secretária Geral, Ir. Maria Luísa Nicastro, a reflexão sobre o Direito Canônico, feita por Ir. Kasińska Katarzina, e as intervenções das irmãs do Âmbito, favoreceram a reflexão sobre os critérios e fundamentos do serviço das ecônomas, fazendo crescer no senso de pertença. Não faltaram também algumas visitas formativas, como a do Borgo Laudato Si’, em Castel Gandolfo, onde as participantes puderam visitar os Jardins Pontifícios e conhecer o belo projeto de acolhida, sustentabilidade e economia circular, sonhado pelo Papa Francisco e inaugurado pelo Papa Leão XIV; e a visita ao Empório da Solidariedade da Cáritas de Roma, onde foram apresentados o modelo de distribuição solidária e os instrumentos adotados para enfrentar a pobreza alimentar numa grande cidade como Roma. Entre as experiências carismático-eclesiais, Ir. 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Para muitas das ecônomas presentes, o encontro prosseguiu com o itinerário carismático – de 25 a 29 de novembro – pelos lugares das origens, com visita ao Museo Museu das Expedições Missionárias de Gênova, inaugurado em 12 de novembro, a Mornese (AL), Nizza Monferrato (AT) e Turim. Em cada etapa houve oportunidade de encontrar-se com pessoas e/ou  novas experiências de formação, sustentabilidade e Instituto. A visita aos lugares salesianos e os encontros foram vividos como um novo chamado a renovar o Carisma e a missão, seguindo os passos de Dom Bosco e Madre Mazzarello. As mensagens expressas pelas participantes durante a avaliação e após o seu retorno à inspetoria, confirmam a positividade do encontro: Obrigada (…) a todas vós que amais não só os números, mas também a nossa comunidade e a nossa missão. O encontro de formação foi realmente uma experiência das bodas de Caná, onde Jesus encheu nossas talhas de vinho. Os relatores demonstraram grande empenho e preparação cuidadosa. O curso me ofereceu: conhecimentos preciosos, experiências práticas de gestão, motivação ao estudo, alegria, esperança e reconhecimento. Foram dias ricos de profundidade, formação, oração, experiências, crescimento e uma partilha fraterna que enriqueceu a todas. Um enorme obrigado à comunidade da Casa Geral pela acolhida e por ter compartilhado tão generosamente seu espaço, seus recursos e seus bens.   Site do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora - FMA

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