29/08/2023

Encontro nacional sobre juventudes reflete sobre a significatividade da missão em Rede

Encontro nacional sobre juventudes reflete sobre a significatividade da missão em Rede

Com o tema “Onde estão as juventudes? – Vinde e vede. No sacramento da presença, o segredo salesiano de educar e evangelizar”, o Encontro Nacional da Rede Salesiana Brasil (RSB) reúne em Aparecida (SP), nos dias 28 a 30 de agosto, mais de 400 educadores das presenças salesianas de todo o país. Os participantes representam o trabalho realizado pela RSB nas áreas de Ação Social, Comunicação, Escolas, Instituições de Ensino Superior e Pastoral Juvenil.

Após refletirem sobre os temas propostos nas palestras do primeiro dia do evento, que buscaram traçar um panorama das juventudes no país a partir das perspectivas social, educacional, da Igreja, da Família Salesiana e da cultura e arte; os participantes dedicaram o segundo dia do Encontro ao aprofundamento de qual é a missão da Rede Salesiana Brasil diante dos desafios educativo-pastorais junto às juventudes.

 

A MISSÃO DA REDE SALESIANA BRASIL

O segundo dia do Encontro foi aberto pela Presidente da Rede Salesiana Brasil, Ir. Teresinha Ambrosim, e pelo Vice-Presidente da RSB, Pe. Ricardo Carlos, que abordaram o tema “A significatividade da missão em rede”.

Ir. Teresinha relembrou a trajetória da Rede Salesiana Brasil desde o seu nascimento em 2002, ainda como Rede Salesiana de Escolas, para reforçar a importância dessa construção conjunta. “O rosto de Deus é composto pelos nossos rostos, e a Rede Salesiana tem o rosto das nossas vidas juntas. A experiência de Rede é um lugar teológico, porque é um lugar de manifestação da presença de Deus, do Deus trinitário, do Deus-comunhão. Não somos iguais, mas podemos compreender a comunhão trinitária e isso nos faz superar os individualismos e nos leva à humildade”, afirmou.

O Pe. Ricardo Carlos prosseguiu na reflexão elencando quatro desafios e oportunidades colocados como prioritários para a Rede Salesiana Brasil. “O primeiro desafio é estabelecer uma articulação síncrona e nivelada de nossas ações conjuntas entre Salesianos de Dom Bosco (SDB) e Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) em cada presença salesiana. Temos um grande caminho percorrido, mas sabemos que podemos fazer mais”, afirmou Pe. Ricardo, para em seguida falar sobre a oportunidade de organizar um Observatório das Juventudes da RSB, como projeto nacional coordenado pela Pastoral Juvenil, mas com o apoio e a colaboração de pesquisadores das Instituições Universitárias Salesianas.

Os outros desafios colocados por Pe. Ricardo foram: alcançar os jovens no mundo digital; ter maturidade para os desafios e demandas que exigem paciência e persistência e melhorar cada vez mais o trabalho em Rede para o cuidado da Casa Comum. Finalizando o primeiro momento do dia, a Ir. Teresinha convidou os Inspetores e Inspetoras para subirem ao palco e se apresentarem para o conjunto dos participantes do Encontro.

  

 

PASTORAL JUVENIL SALESIANA

Em seguida, foi realizada uma mesa redonda, conduzida pelos Coordenadores Nacionais da Pastoral Juvenil Salesiana, Pe. José Ricardo Mole e Ir. Nádia Caetano, sobre a importância da ação educativa pastoral para alcançar os resultados esperados como Rede Salesiana Brasil. O debate, que envolveu também os coordenadores locais de Pastoral, aprofundou a reflexão das temáticas: “Jovens evangelizados e educados segundo o projeto salesiano de promoção integral” e “Comunidades Educativo-Pastorais Salesianas ressignificadas, tendo o Projeto Educativo Pastoral Salesiano (PEPS) como projeto carismático e institucional de referência”.

Ao introduzir o tema da mesa redonda, Pe. José Ricardo destacou: “Trago duas premissas na Pastoral Juvenil Salesiana. A primeira é compreender a nossa juventude como lugar teológico: Deus está a nos esperar nos jovens. A segunda é priorizar os jovens mais pobres, mais vulneráveis”. Segundo Pe. José Ricardo, essa compreensão leva a três atitudes fundamentais: habitar a vida e a cultura dos jovens, ter uma escuta ativa e mudar as estruturas, ou seja: aceitar mudar com os jovens.

Já a Ir. Nádia afirmou que, para dar vida a esses elementos no dia-a-dia das obras salesianas, é preciso reconhecer a importância do carisma salesiano e avaliar, constantemente e a partir de critérios oratorianos, os impactos da nossa ação pastoral. “Para responder à questão de ‘Onde estão as juventudes?’ devemos ficar atentos a duas vozes que não podem ser ocultadas pelo ‘barulho’ das atividades do cotidiano: a voz dos jovens e a voz do nosso carisma, dos nossos fundadores”, destacou.

Para compor a mesa-redonda, Pe. José Ricardo e Ir. Nádia chamaram, em primeiro lugar, as imagens de Dom Bosco e Madre Mazzarello, fundadores da Família Salesiana. Depois, quatro convidados falaram sobre o diferencial da ação educativa e pastoral salesiana nos diversos contextos e regiões em que estão inseridos: Profª Altemar Socorro Bastos da Rocha, Diretora Pedagógica da Escola Santa Maria Mazzarello de Manaus (AM); Pe. Ivan Artur Lima de Faria, SDB, Pró-reitor Acadêmico-pastoral do Centro Universitário Salesiano (Unisales) de Vitória (ES); Maria Auxiliadora Arruda de Lima Guerra, Coordenadora de Pastoral no Colégio Salesiano de Natal (RN); e Stevie Santos da Fonseca, Coordenador Pedagógico-pastoral da Obra Social Crescendo Juntos de Belford Roxo (RJ).

No final da manhã, foram apresentados o Projeto Identità e o Projeto de Educomunicação na Ação Social, como boas práticas do trabalho com as juventudes realizado nas presenças da Rede Salesiana Brasil.

   

 

OFICINAS TEMÁTICAS

No período da tarde, cada participante do Encontro pode escolher duas entre quatro oficinas sobre temas prementes para as juventudes no Brasil.

Identidade de gênero, diversidade e inclusão: uma pauta atual” foi o tema da oficina ministrada pela Profa. Dra. Clarice Souza Pinto, da Universidade Católica Dom Bosco – UCDB. Enfermeira com especialização e vasta atuação na área de saúde pública, Clarice realizou uma oficina dinâmica, participativa e bem-humorada para transmitir conteúdos muito concretos e práticos sobre o tema. Ela refletiu junto com os educadores presentes sobre as muitas palavras que atualmente são usadas para agrupar as pessoas em relação à sua sexualidade, partindo dos conhecimentos prévios do grupo para esclarecer termos como “transexual”, “transgênero”, “homossexual”, “cis” e “queer”.

A formadora também tratou sobre as várias influências que definem a sexualidade humana: “A sexualidade é formada por uma múltipla combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais, e é composta basicamente por três elementos: o sexo biológico; a orientação sexual – que é para quem a pessoa orienta o seu afeto – e a identidade de gênero, que é social e tem a ver com a percepção íntima que a pessoa tem de si mesma”, afirmou. “Todos temos um cérebro e um coração, além do órgão sexual. O desafio que temos, como educadores, é oferecer o nosso melhor sem cair na ‘ratoeira’ do preconceito”, finalizou Clarice.

 

O Prof. Dr. Moisés Sbardelotto, que integra o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião e o Departamento de Comunicação da Faculdade de Comunicação e Artes da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), foi o assessor da oficina sobre “Habitar as redes sociais: rumo a uma presença plena”.

Moisés Sbardelotto apresentou o tema considerado complexo, com a pergunta: “Como é possível ter uma presença plena nas redes?” para indicar um caminho à resposta. A referência adotada foi o documento do Dicastério de Comunicação do Vaticano “Rumo à presença plena”, que orienta que “a questão já não é SE, mas COMO devemos participar do mundo digital”.

Essa necessidade de presença nas redes se justifica pelos dados que indicam que, no Brasil, 84,3% da população têm acesso às redes e passam, em média, 9h32 por dia conectados à internet.

Diante de diversos problemas apresentados, o caminho a ser seguido é apontado pelos ensinamentos de dois Papas. O Papa Bento XVI descreveu o “estilo cristão de presença no mundo digital”, que exige honestidade, abertura ao diálogo, responsabilidade e respeito. Já o Papa Francisco aponta o “estilo de Deus” nas redes sociais, que deve ser copiado por todos os cristãos. Significa demonstrar proximidade, compaixão e ternura como sinais de uma presença diferenciada de alguém que professa a fé cristã nos meios virtuais. No entanto, adverte o Papa Francisco, todos esses processos são artesanais, ou seja, realizados um a um, manual e vagarosamente, e com todo o cuidado necessário.

 

O tema “O honesto cidadão: participação social e política pelo bem comum” foi trabalhado por Igor Bastos, coordenador do Movimento Laudato Si' (antigo Movimento Católico Global pelo Clima) para países de língua portuguesa e espanhola. Bastos atuou por seis anos como Secretário Nacional de Direitos Humanos, Justiça, Paz e Integridade da Criação (DHJPIC) da Juventude Franciscana do Brasil e na Executiva Nacional do SINFRAJUPE (Serviço Inter-Franciscano de Justiça, Paz e Ecologia).

A partir de sua experiência na juventude católica e franciscana, Igor dividiu a oficina em quatro momentos. O primeiro foi a reflexão sobre qual o conceito e o recorte de “bem comum” que seria trabalhado, baseado na Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco. Em seguida, Igor Bastos fez uma breve retrospectiva dos principais acontecimentos políticos durante o pontificado do Papa Francisco, de 2013 a 2023, com destaque para a pandemia da Covid-19 e seus impactos na saúde pública, na economia e trabalho, na educação, na desigualdade e na política.

“Dentro desse recorte, como responder aos desafios de um mundo em rápida transformação? Como dar respostas efetivas a esses elementos geradores de crise ecológica, econômica e política?”, questionou o palestrante, para introduzir o terceiro momento da oficina, centrado em apresentar alguns estudos de caso relacionados ao tema do engajamento social e político pelo bem comum. Um dos exemplos dados foi a atuação do Movimento Laudato Si’ durante a Jornada Mundial da Juventude – JMJ Lisboa 2023.

Por fim, os educadores presentes na oficina foram desafiados a pensar em propostas concretas de “participação social e política pelo bem comum”, para serem apresentadas para a Rede Salesiana Brasil por meio das sugestões feitas on-line para o Manifesto às Juventudes. É importante ressaltar que o Manifesto está sendo elaborado como construção conjunta dos participantes do Encontro Nacional da RSB, e será aprovado ao final do evento.

 

Já a temática da ecologia integral foi abordada na oficina “Tudo está interligado: o cuidado com a Casa Comum”, assessorada pela Ir. Laura Vicuña Pereira, catequista franciscana de origem indígena Kariri. Ir. Laura trabalha junto ao Conselho Indigenista Missionário (CIMI), tem nomeação pontifícia como representante dos povos indígenas junto ao Conselho Pós-sinodal do Sínodo Amazônico e junto à recém-criada Conferência Eclesial da Amazônia, que continua o caminho sinodal.

A proposta da oficina foi demonstrar a conexão existente entre a harmonia da natureza e uma proposta educativa que seja abrangente e harmonizadora, promovendo o equilíbrio entre todos os elementos do processo educativo, a exemplo do que acontece em uma floresta. “A floresta vive de interdependências e isso acontece em todas as áreas da vida”, lembrou a Ir. Laura Vicuña.

Um outro exemplo apresentado foi a Rede Salesiana, na qual as relações de conteúdo produzido em cada presença dos SDB e das FMA no Brasil se interligam através da identidade carismática de Dom Bosco e Madre Mazzarello.

Como proposta prática para fortalecer as conexões foi apresentada uma citação do Papa Francisco, que propôs o “resgate do belo” nos lugares, trabalhos e pessoas. “É preciso ler a assinatura de Deus em toda a criação”, declarou o Papa. Francisco ainda lembrou um antigo ditado, em vídeo apresentado, em que comparara a relação dos homens com a natureza à prática do perdão. “Deus perdoa sempre; o homem, às vezes; mas a natureza, nunca”. Por isso, destacou a necessidade de um cuidado atencioso com a Casa Comum.

A conclusão dos trabalhos foi com o apelo, também do Papa Francisco, para que sejamos “Guardiões da Criação”, deixando um caminho para a solução, mesmo diante de inúmeros desafios apresentados de agressão ao meio ambiente, com as palavras de Dom Pedro Casaldáliga: “Quanto mais difícil o tempo, mais forte tem que ser a esperança”.

A aplicação pedagógica apontada vai ao encontro do que foi notado durante todo o Encontro Nacional da Rede Salesiana Brasil, indicando que a Terra, assim como as juventudes, são o nosso espaço teológico para encontrar e contemplar a ação de Deus na vida da humanidade.

O segundo dia do Encontro Nacional da RSB sobre Juventudes foi encerrado com a celebração eucarística presidida pelo Pe. Ricardo Carlos e concelebrada pelos demais padres salesianos presentes.

 

Por Ana Cosenza e Euclides Fernandes Brites, com apoio da Equipe de Comunicação da Rede Salesiana Brasil / Fotos: Equipes de Comunicação das Inspetorias Salesianas de Nossa Senhora Auxiliadora e Nossa Senhora Aparecida

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ENAS 2025: Segundo dia de evento trata sobre as  Juventudes no centro dos novos desafios sociais

O segundo dia do Encontro Nacional da Ação Social Salesiana (ENAS 2025), realizado em Aparecida (SP), foi marcado por escuta, discernimento e compromisso com as juventudes. Desde o início da manhã até o fim da tarde, a programação girou em torno da reflexão sobre os desafios sociais do tempo presente, o papel da juventude na construção de um mundo mais justo e o legado da missão salesiana junto aos mais vulneráveis. A manhã começou com animação e espiritualidade, em um clima de fraternidade conduzido por Jean Lopes e Ir. Celene Couto. Na acolhida e oração, Ir. Giselle Ferreira dos Santos (Inspetoria Maria Auxiliadora) e Rosemeire Gomes Silva (Inspetoria Nossa Senhora Aparecida) reacenderam nos participantes a chama do carisma salesiano que impulsiona o cuidado com os jovens, especialmente os mais pobres. Na conferência de abertura do dia, o sociólogo Jessé Souza ofereceu um panorama crítico sobre o cenário social brasileiro atual. Com base em sua vasta produção acadêmica e longa experiência em pesquisa, abordou as raízes das desigualdades sociais, o papel da elite econômica na manutenção dessas estruturas e os impactos do racismo e da exclusão na juventude brasileira. Sua fala provocou reflexões profundas sobre as contradições de nossa sociedade e os caminhos necessários para transformar a realidade, especialmente a partir das políticas públicas e da educação popular. “O pensamento crítico é a principal arma de uma sociedade para aprender. Sem autocrítica, não há aprendizado”, completou. Na sequência, a educadora salesiana Patrícia Machado conduziu a palestra "Peregrinos de esperança com os Jovens!", em que destacou a centralidade da juventude na missão salesiana. Com sensibilidade e profundo embasamento pedagógico e carismático, Patrícia provocou os participantes a olhar para os jovens não apenas como destinatários da ação social, mas como protagonistas de processos de transformação. Em sua apresentação, enfatizou a importância de escutar as juventudes em sua diversidade e de promover espaços de pertença, fé e protagonismo. Em sua fala, Patrícia trouxe que “no coração das juventudes pulsa o desejo por encontros autênticos, nos quais a escuta gera reconhecimento e onde se preza por uma experiência profunda de espiritualidade encarnada no cotidiano da vida”, completou. O encontro entre Patrícia Machado e Jessé Souza no painel conjunto gerou um rico momento de troca de experiências, perguntas e partilhas. A combinação entre o olhar sociológico e a vivência educativa aprofundou ainda mais o debate e suscitou nos participantes o desejo de responder com ousadia e criatividade aos desafios do tempo presente. No período da tarde, o facilitador Eduardo dos Santos Batista conduziu a dinâmica "Futurospectiva", uma atividade em grupos que propôs aos participantes refletirem sobre os futuros possíveis da ação social salesiana. Por meio de metodologias participativas e inovadoras, os grupos puderam expressar visões, sonhos e caminhos para uma atuação ainda mais eficaz e fiel ao carisma de Dom Bosco e Madre Mazzarello. Em sua fala, Eduardo trouxe ao grupo uma provocação: “Espiritualidade sem presença é discurso. Presença sem escuta é silêncio vazio. E você, tem sido presença que transforma?”, incentivando os participantes a esta reflexão. O dia encerrou-se com um dos momentos mais significativos da programação: o bate-papo com jovens que participaram da ação social salesiana. Em suas falas, testemunharam como as obras sociais marcaram suas vidas, oferecendo não apenas oportunidades concretas, mas também sentido de vida, valores e espiritualidade. Em seus depoimentos os jovens emocionaram os presentes e reafirmaram a intuição de Dom Bosco: "Basta que sejam jovens para que os ame". Lívia Almeida, de Manaus, partilhou que a obra salesiana, para ela, significa amor e cuidado. “Foi lá que recebi apoio nos momentos mais difíceis e aprendi, com as irmãs, nunca perder a fé e sempre acreditar no melhor que está por vir”. Rhaman Douglas, foi jovem e educador social no Centro Educacional Dom Bosco Gramoré, de Natal, nos relatou que “representar a obra salesiana é enxergar um futuro melhor e trabalhar pela juventude. É inspirar jovens e construir um amanhã mais próspero para todos”. Marienne Ananda, foi educanda dos Salesianos Ampare, de Campo Grande, relatou que foi acolhida na obra com carinho, amor e escuta, na ausência da mãe, que precisou trabalhar muito. “Hoje tento passar isso para os meus educandos. O que eles fizeram por mim eu procuro fazer por eles”. Miguel Alvarenga que também é educador, disse que escolheu este caminho não só por confiar no processo, mas por paixão por aquele que também lagou tudo pelos jovens (Dom Bosco). ”Assim eu fiz e hoje sou um educador muito feliz pelo trabalho que faço”. De Petrolina, Pernambuco, a jovem Geovanna Lays, do Ceman Pro Menor, relatou que a obra impactou muito a vida dela. “Participei de oficinas de balé, futsal e Educomunicação, que me ajudou a melhorar minhas notas, socialização e desenvolvimento pessoal”. Já Marcos Vinícius de Lorena, São Paulo, relatou que a obra salesiana o fez perder a vergonha e viver momentos inesquecíveis. “A obra me acolheu, me ajudou a superar dificuldades e marcou minha história”. Leyla Assis, de Linhares, no Espírito Santo e Nilton Kaio de Guarapava, Santa Catarina, falaram da importância da obra na construção da trajetória da vida deles e que o desejo é que “nunca desistam” dos jovens, pois é por eles que “estamos aqui”. De Ananindeua, Pará, diz que “na periferia, onde faço parte, ela (obra) alcança muitos jovens de diferentes regiões que muitas vezes não teriam oportunidade nem conforto, para mudarem suas histórias. Maria Heloysa, de Lorena, São Paulo, complementa ao dizer que a obra serve para edificar e moldar o jovem. “Entrei com quatro anos e ela (obra) me transformou, me tonando mais independente e corajosa para enfrentar meus medos”, concluiu. A oração final, novamente conduzida por Ir. Giselle Ferreira e Rosemeire Gomes Silva, trouxe à memória tudo o que foi vivido ao longo do dia, transformando cada reflexão, debate e testemunho em súplica e compromisso. O segundo dia do ENAS 2025 confirmou: cuidar da juventude é uma urgência social, uma escolha evangélica e um imperativo salesiano. A missão continua viva, alimentada por escuta, discernimento e ação transformadora. Acesse as fotos deste segundo dia de evento abaixo: Angélica Novais da Comunicação da RSB

ENAS 2025: Inicia o evento que celebra os 10 anos da Ação Social em Rede da RSB

Na tarde do dia 30 de junho, teve início o Encontro Nacional da Ação Social (ENAS 2025), em Aparecida (SP), marcando uma celebração especial: os 10 anos de trajetória da Ação Social em Rede da Rede Salesiana Brasil (RSB). A abertura do evento, realizada na Arena do Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, reuniu os Diretores Executivos da RSB, Ir. Silvia Aparecida, Pe. Sérgio Baldin e os Inspetores Referentes da Ação Social, Ir. Maria Américo Rolim e Pe. Felipe Bauzière, que acolheram com alegria os participantes vindos de todo o país. O encontro contou com um momento de confraternização e partilha durante o coffee break, promovendo a comunhão e a proximidade entre os representantes das presenças salesianas. A partir das 16h30, foi realizado o painel "RSB Ação Social: 10 anos de caminhada!", conduzido por Ir. Silvia Aparecida da Silva, Pe. Sérgio Augusto Baldin e Pe. Agnaldo Soares. O momento permitiu uma rica reflexão sobre a história, os aprendizados e os frutos desse projeto que se tornou um verdadeiro instrumento de transformação social, promovendo a vida e a dignidade de milhares de crianças, adolescentes, jovens e suas famílias. A atividade contou também com espaço para perguntas e ressonâncias dos participantes, incentivando o protagonismo e o olhar coletivo sobre os desafios e avanços da atuação social salesiana. Ir. Maria Américo Rolim destacou a importância desse caminho trilhado: “Nestes 10 anos da RSB para a Ação Social, na trajetória de um sonho comum, eis um projeto gerador de vida e de esperança.” Para Ir. Silvia Aparecida da Silva, a caminhada revela a força da missão compartilhada: “Consolidar a Rede é tornar concreto o sonho de Dom Bosco e de Madre Mazzarello, que acreditaram na força da comunidade educativa e pastoral como resposta aos clamores da juventude.” Pe. Sérgio Baldin, por sua vez, reforçou o compromisso coletivo com a transformação social:  “A união e o protagonismo da comunidade salesiana podem transformar o Brasil e a vida das crianças, adolescentes, jovens e de suas famílias.” E, nas palavras de Pe. Agnaldo Soares, a essência da missão se traduz em serviço: “Acreditar na força da união para um testemunho na lógica do amor e do serviço, como caminho para transformar vidas, fortalecer a esperança e promover uma sociedade à luz do Evangelho.” O primeiro dia do Enas 2025 foi encerrado com a Celebração Eucarística, momento de profunda espiritualidade, agradecimento e renovação do compromisso com a missão salesiana. A celebração dos 10 anos da Ação Social em Rede é mais do que uma data comemorativa: é a confirmação de um projeto vivo, que pulsa no coração de cada presença salesiana e segue gerando frutos de esperança e transformação. Acesse as fotos deste primeiro dia abaixo: Angélica Novais da Comunicação da RSB

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