22/05/2024

Redes Sociais e a construção da autoimagem dos adolescentes

Redes Sociais e a construção da autoimagem dos adolescentes
Imagem de banco de imagem

“É importante que os adolescentes e jovens sejam acompanhados e que possam conversar sobre sua relação com as mídias. Escola e família precisam estar atentas para perceber quando o uso das redes sociais passa a ser prejudicial para as novas gerações.”

Desde o surgimento dos meios de comunicação de massa, especialmente com a televisão, percebe-se o fortalecimento de padrões de beleza e de comportamento ideais a que grande parte da população tenta se adequar e corresponder. Com o crescimento das mídias digitais e das tecnologias de edição e correção de imagens, esses padrões de beleza passam agora pelos sistemas de filtros e aplicativos disponíveis nos aparelhos celulares e nas próprias redes sociais, como é o caso do Instagram.

Diante disso, muitas pessoas começam a ter sérios problemas em relação a sua autoimagem e desejam corrigir a própria aparência para corresponder aos modelos e padrões criados por eles mesmos através das tecnologias utilizadas.

Dismorfia corporal
Esse problema é mais fortemente identificado entre as jovens adolescentes que, devido à superexposição nas redes sociais, começam a valorizar problemas estéticos minimamente perceptíveis ou até inexistentes. Isso é o que chamamos de dismorfia corporal. Embora seja mais comum entre as meninas no que diz respeito ao próprio rosto, pode acontecer também entre os meninos, geralmente associada à questão da musculação. Há vários estudos que apontam o uso frequente de selfies em redes sociais como uma das principais causas da dismorfia.

Esse é um problema novo, pois antes os padrões de beleza impostos pela mídia, vinham de fora, de pessoas reais, que tinham características corporais específicas como altura, peso, estilo de cabelo, maquiagem ou outros aspectos estéticos. Agora, o que vemos, no entanto, é um padrão criado pelos próprios indivíduos que, ao compararem inúmeras fotos pessoais e utilizarem diversas formas de aplicação, criam um modelo de beleza ideal para si mesmos. Não é incomum encontrar adolescentes ou jovens que querem fazer procedimentos estéticos para que tenham na aparência real uma maior semelhança com a imagem que criaram de si mesmos.

Educação integral
Além disso, muitos adolescentes e jovens acabam desenvolvendo problemas em relação à saúde mental por sentirem-se mal com a sua autoimagem, evitando fazer fotos, escondendo o rosto, o corpo ou parte dele para não se sentirem constrangidos diante dos outros. Isso pode gerar problemas como dificuldade de relacionamento, ansiedade, depressão, transtornos obsessivos-compulsivos, transtornos alimentares, entre outros que vêm sendo estudados.

Diante dessa realidade, é importante que os adolescentes e jovens sejam acompanhados e que possam conversar sobre sua relação com as mídias. Escola e família precisam estar atentas para perceber quando o uso das redes sociais passa a ser prejudicial para as novas gerações, desenvolvendo ações preventivas para que não cheguem a esses quadros patológicos. O processo educativo precisa considerar a pessoa como um todo e ser pensado a partir de sua integralidade em todos os aspectos da vida; e a relação com as mídias digitais é um aspecto muito importante para os adolescentes e jovens.

Apoio da família e da escola
Em relação à família, é importante que os pais acompanhem os filhos nas redes sociais, vejam o que publicam e com que periodicidade. Precisam estar atentos e perceber quando começa a haver uma superexposição e quando o tempo gasto nos ambientes virtuais é demasiado grande. É importante que os pais conversem com os filhos sobre suas publicações, que os ajudem a construir uma imagem positiva de si mesmos e compreenderem que não precisam encaixar-se em padrões criados por outros ou por eles mesmos.

Da mesma forma, nos ambientes educativos é importante desenvolver atividades e reflexões a respeito da atuação dos estudantes nas mídias digitais, a partir de um ponto de vista crítico. É fundamental que existam itinerários formativos que abordem as relações entre as pessoas e com as tecnologias nos espaços midiáticos, e que se reflita sobre até que ponto esses espaços influenciam o comportamento pessoal, a visão de mundo, a relação com o outro e consigo mesmo.

No mundo atual, viver longe das mídias digitais é quase impossível. Mais cedo ou mais tarde, os adolescentes e jovens vão estar inseridos nesses espaços. Mas, para que possam agir como cidadãos conscientes e como pessoas integradas e felizes, precisam ser preparados para isso. Assim, é uma necessidade e uma responsabilidades das escolas e obras educativas em geral pensar em processos sistemáticos de educação midiática. E isso só será realmente eficaz se contar com o apoio e parceria da família.

 

Fonte: Boletim Salesiano - Escrito por Ir. Márcia Koffermann, FMA

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ENAS 2025: Quarto dia celebra o envio da missão com esperança e compromisso renovados

O último dia do Encontro Nacional da Ação Social Salesiana - ENAS 2025, realizado nesta sexta-feira (4 de julho), em Aparecida, foi marcado por um profundo espírito de comunhão, partilha e envio. Encerrando quatro dias intensos de escuta, discernimento e construção conjunta, os participantes vivenciaram um momento significativo de consolidação das diretrizes que nortearão a caminhada da Ação Social da Rede Salesiana Brasil para a próxima década. A manhã teve início com a acolhida e oração conduzidas por Ir. Fábio Julio de Souza, coordenador da Ação Social da Inspetoria Santo Afonso Maria de Ligório, e por Jessica Jesus Silva, coordenadora da Ação Social da Inspetoria Nossa Senhora Auxiliadora. A oração, marcada por gratidão e esperança, preparou os corações para o fechamento dos trabalhos com o mesmo espírito de fé e fraternidade que permeou todo o encontro. Em seguida, o assessor Eduardo dos Santos Batista apresentou a síntese dos quadros da Ação Social para os próximos 10 anos em Rede, resultado do caminho percorrido ao longo do ENAS. Este momento foi mais do que uma apresentação técnica: foi a materialização do sonho coletivo, cuidadosamente construído a partir das escutas, análises e partilhas vividas nos dias anteriores. O olhar lançado ao futuro vem acompanhado de compromissos concretos, alicerçados nos princípios da missão salesiana e nas necessidades emergentes das juventudes. Na continuidade da programação, os participantes foram convidados à construção dos objetivos da Ação Social, reforçando o protagonismo coletivo e a corresponsabilidade na missão. Com escuta atenta, diálogo fraterno e horizonte comum, delinearam-se metas que darão continuidade à caminhada em rede, sempre com o olhar voltado à promoção da vida, da dignidade humana e da educação integral de crianças, adolescentes e jovens. A plenária final foi um momento tocante de interação e gratidão. Representantes de diferentes inspetorias expressaram suas impressões sobre o encontro, partilharam sentimentos de renovação vocacional e reafirmaram o compromisso com uma atuação social que transforma realidades e constrói pontes de esperança. A alegria salesiana esteve presente nos gestos, nos sorrisos e nas palavras de gratidão que encerraram essa etapa formativa. O ENAS 2025 foi concluído com a Celebração Eucarística de envio, às 11h, marcada por forte espiritualidade e emoção. Diante do altar, os participantes renovaram o compromisso com a missão salesiana, inspirados pela presença viva de Dom Bosco, Madre Mazzarello e Maria Auxiliadora. A missa foi um verdadeiro momento de consagração da caminhada feita e do envio para continuar a transformar o mundo com coragem, fé e amor educativo. O ENAS 2025 chega ao fim, mas deixa como herança um novo tempo para a Ação Social Salesiana no Brasil: mais integrada, mais consciente, mais ousada na caridade e na profecia. Com o coração ardente e os pés no caminho, seguimos em rede, movidos pelo lema de Dom Bosco: "Da mihi animas, caetera tolle."   Acesse as fotos deste quarto dia abaixo: Angélica Novais da Comunicação da RSB

Jubileu dos Jovens será realizado em Aparecida de 3 a 6 de setembro

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Reflexão sobre a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais

Comunicar a esperança em tempos de crise Reflexão sobre a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais.   Miral Atik - Patriarcado Latino de Jerusalém Em um momento em que a guerra, a divisão e o sofrimento atravessam a Terra Santa, a mensagem do Papa Francisco para o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais – celebrado no dia 1º de junho, domingo antes de Pentecostes – chega como um apelo urgente: “Compartilhem com mansidão a esperança que há em seus corações” (1 Pedro 3, 15-16). As palavras do Papa ressoam com um profundo significado pastoral e profético, convidando todos os cristãos – não apenas aqueles que trabalham na mídia – a refletir sobre como usamos a comunicação social. É um instrumento de paz ou mais um combustível para os conflitos? Uma palavra de esperança entre os ruídos da guerra Em sua mensagem, publicada em 24 de janeiro de 2025, o Papa Francisco nos convida a nos tornarmos “comunicadores de esperança”, enraizados em Cristo, “o comunicador perfeito” [1], e nos adverte contra uma comunicação que alimenta o medo, o ódio ou o desespero, uma retórica que desumaniza e divide. “A esperança é um risco que vale a pena correr”, escreve. “É uma virtude escondida, tenaz e paciente”. Mas a esperança – insiste -, deve ser comunicada com verdade, reverência e compaixão. De Emaús a Gaza: Que tipo de comunicadores somos? A pergunta do Papa ressoa com força em uma terra onde uma única imagem pode acender chamas de raiva e uma única palavra pode consolar um coração partido: “Que tipo de comunicação praticamos?”. Ele compara o comunicador cristão àquele que peneira o ouro entre os grãos de areia. Em uma terra marcada por histórias dolorosas, os comunicadores são chamados a contar histórias de esperança, não para embelezar a realidade, mas para revelar a beleza que habita também nas trevas. O Papa Francisco destaca três traços essenciais da comunicação cristã, inspirados na Primeira Carta de Pedro: Escolher ver o bem mesmo quando tudo parece perdido, graças ao dom do Espírito Santo. Devemos estar prontos para explicar o motivo da nossa esperança: Cristo mesmo. Devemos falar com doçura e respeito, não com agressividade ou medo. O Cristo ressuscitado na estrada de Emaús nos ofereceu um modelo de verdadeira comunicação, que começa com a escuta. Jesus primeiro caminhou ao lado dos discípulos em sua confusão e dor, ouvindo pacientemente suas dores antes de reacender suavemente sua esperança. Da mesma forma, somos chamados a caminhar com os outros, começando não com palavras, mas com a presença. Ao partilhar histórias de coragem, misericórdia e fé resistente, não gritamos a esperança ao mundo, mas despertamo-la silenciosamente, através de um testemunho compassivo. O Papa Francisco exorta-nos a contar histórias que descubram a beleza e a luz num mundo oprimido pelo sofrimento, narrativas que aprofundem a nossa humanidade partilhada. Do coração: Uma comunicação que cura O Papa imagina um estilo de comunicação que nos torne “companheiros de viagem”, caminhando juntos nos momentos difíceis, semeando esperança enraizada na misericórdia, em vez de no medo ou na raiva. Este tipo de comunicação, especialmente em um período de guerra e divisão, é um ato profético: aproxima os corações, revela o bem silencioso que se manifesta mesmo no sofrimento e favorece a unidade em vez da divisão. Esta comunicação resiste à redução das pessoas a slogans ou ideologias. Abraça a sua humanidade e promove a beleza e a solidariedade. Não é guiada por reações instintivas, mas pelo amor, que transforma as palavras em instrumentos de cura. Fala de uma comunicação que brota de corações fundados em Cristo, criando laços de comunhão em vez de muros de isolamento. Esta visão é particularmente urgente na Terra Santa, onde as histórias de esperança são uma âncora de salvação e cada palavra pode reabrir feridas ou começar a curá-las. Os cristãos como testemunhas nos meios de comunicação A todos os cristãos da Terra Santa – clero, jovens, jornalistas, pais e estudantes – a sua voz é importante. Numa terra onde cada palavra ressoa em corações frágeis, escolham o amor. Numa região frequentemente dominada pelo desespero, escolham falar de esperança. E num mundo habituado à indignação, ousem ser gentis. Podemos ser narradores de esperança, lembrando ao mundo que mesmo nas trevas Cristo caminha conosco e nossas palavras podem se tornar instrumentos de sua paz. Compartilhemos essa esperança - com fidelidade, coragem e ternura - do coração da Terra Santa até os confins do mundo. Como cristão da Terra Santa, escrevi este artigo como reflexão sobre o 59º Dia Mundial das Comunicações Sociais, em resposta ao convite do Dicasterio para a Comunicação Social para contribuir a compartilhar e promover a mensagem do Papa Francisco: “Compartilhem com mansidão a esperança que há em seus corações” (cf. 1 Pedro 3, 15-16). [1] “communio et progressio” sobre os meios de comunicação social, redigida por ordem do Concílio Vaticano II, parágrafo 11. Fonte: Vatican News

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