Jubileu da Vida Consagrada: Um carisma que se renova
09/10/2025

Jubileu da Vida Consagrada: Um carisma que se renova

 Jubileu da Vida Consagrada: Um carisma que se renova

No Jubileu da Vida Consagrada, num clima de sinodalidade e como Família Salesiana, desejamos compartilhar, de forma sintética, o nosso caminho formativo para nos dar a conhecer, enriquecer mutuamente e crescer juntos na sociedade e na Igreja.

    Créditos: Instituto Filhas de Maria Auxiliadora – FMA

    Com gratidão e espírito de família, apresentamos alguns aspectos que caracterizam a vida da Filha de Maria Auxiliadora, sempre em caminho. Na esperança de ver crescer a herança carismática que Dom Bosco e Madre Mazzarello nos deixaram, olhamos para o futuro, formando as novas gerações de FMA por meio de um programa de formação sólido e significativo.

     

    Quem são as filhas de Maria Auxiliadora?

    “A FMA, inserida na Igreja local, atenta às pessoas e aos desafios do território, combina o seu constante contato criativo com a juventude, testemunhando a sua identidade de mulher consagrada educadora, habitada pelo mistério de Deus, em contínua escuta da sua voz para aprender d’Ele a verdadeira sabedoria da vida.”

    Somos, portanto, mulheres que seguem os passos de Jesus, o Bom Pastor, comprometidas com a salvação dos jovens (Jo 10,11). O amor de Cristo nos impulsiona.

    A contemplação e a acolhida do seu amor em nossa vida nos impulsionam a manifestá-lo aos jovens, a parte mais frágil da humanidade.

    Procuramos ser «sinais e expressão do Amor preveniente do Pai» (C 1)1 . Seguimos Cristo à maneira de São João Bosco e de Santa Maria Domingas Mazzarello.

     

    Uma vida consagrada à missão educativa

    Somos um Instituto com uma espiritualidade harmoniosa, que integra a vida ativa e contemplativa. Não se trata de uma vida monástica complementada por uma atividade apostólica, mas de uma vida apostólica impregnada de contemplação. Este é o caminho de santidade das FMA: mulher consagrada, educadora, discípula missionária. Consagração e missão são duas dimensões inseparáveis ​​que se nutrem mutuamente na unidade vocacional.

    Somos chamadas a tornar perceptível a presença de Jesus Bom Pastor e a solicitude materna de Maria, que cuida de cada um dos seus filhos e filhas, no estilo do Sistema Preventivo.

    As crianças e os jovens são o coração da nossa missão. Com o amor preferencial de Dom Bosco e Maria Domingas Mazzarello, dedicamo-nos aos jovens mais pobres, ou seja, àqueles que, por diversas razões, têm menos possibilidades de sucesso na vida e são, portanto, mais frágeis.

    Realizamos nossa missão na unidade do nosso carisma e na pluralidade das situações socioculturais, com aquele espírito de adaptação, audácia e criatividade que impulsionava Dom Bosco a ir sempre ao encontro dos jovens.

    A originalidade da pastoral juvenil salesiana está bem expressa na fórmula: “Evangelizar educando, e educar evangelizando”.

    Essa pastoral realiza-se em todos os tipos de presença salesiana: internatos, lares familiares, escolas, oratórios, centros juvenis, centros de reinserção para jovens de rua, presenças nas periferias urbanas, universidades.

     

    Jovens candidatas à vida consagrada como FMA

    Nossas comunidades estão abertas às meninas e às jovens que desejam conhecer mais de perto a vida religiosa salesiana. Podem passar alguns dias nas comunidades das FMA, participando livremente da vida de oração e da missão da comunidade que as acolhe. Uma Irmã estará presente para reler, com elas, a experiência vivida e ajudá-las a esclarecer melhor o desejo do seguimento a Cristo.

    Também é possível optar por dedicar um ano inteiro ao discernimento vocacional em uma das comunidades religiosas das FMA. Basta entrar em contato com as Irmãs da comunidade mais próxima para acompanhar e ajudar a esclarecer o que a jovem candidata sente.

    Créditos: Instituto Filhas de Maria Auxiliadora – FMA

    Muitas vezes, ao conversar com uma jovem, pode perceber que carrega dentro de si uma vocação que retorna insistentemente, mesmo que ainda não tenha a certeza de que se trata de uma vocação para a vida salesiana. Ou, talvez, sinta atraída a seguir Cristo e se pergunte se o carisma educativo de Dom Bosco e Madre Mazzarello é o caminho certo para ela.

    Não hesite. Como dizia Dom Bosco: “Basta-me que sejas jovem para que eu te ame tanto”. Cada um tem uma missão nesta terra: basta reconhecê-la, comprometer-se a cultivá-la e fazê-la amadurecer por meio de um caminho de formação.

     

    A formação implementada pelas Filhas de Maria Auxiliadora

    “A formação é um dos melhores investimentos de uma família religiosa: dela dependem a vitalidade carismática dos seus membros, a fecundidade das vocações e a eficácia da missão.”

    O processo formativo oferecido pelas Filhas de Maria Auxiliadora visa uma transformação profunda, progressiva e integral da pessoa até que ela se conforme à imagem do Filho de Deus (C 77). Esse processo abrange todas as dimensões da pessoa ao longo da vida e a orienta em direção à integração e unificação pessoal.

    Nesse dinâmico caminho formativo, deixamo-nos conduzir pelo Espírito Santo (C 79), que continua a ser o principal protagonista da formação.

    “O que caracteriza a formação de uma FMA é a fidelidade à experiência carismática específica, dada pelo Espírito Santo a Dom Bosco e a Madre Mazzarello, para enriquecer a Igreja e a sociedade, alcançando muitas crianças, adolescentes e jovens por meio da educação evangelizadora”2.

    A formação é dividida em duas partes principais: formação permanente e formação inicial.

    A formação permanente

    A formação permanente desempenha um papel fundamental, pois representa um caminho contínuo que acompanha toda a vida da pessoa, promovendo o crescimento constante numa perspectiva humana e cristã. É um caminho que dura a vida toda e serve para formar o coração para que aprenda a nutrir-se dos mesmos sentimentos de Jesus, adotando em seu próprio agir os seus critérios, suas escolhas e intenções. 

    Em geral, o objetivo da formação é tornar a FMA docibilis, ou seja, aberta à escuta e disponível à orientação do Espírito Santo, capaz de acolher o ensinamento e crescer na vida cristã e comunitária; isto é, colocar-se à disposição para aprender com a vida, com cada situação e com cada relação humana, com as atividades ordinárias e extraordinárias, com o discernimento, com a ascese, com o estudo, com o apostolado, com a vida comunitária, etc. É por meio dessa formação permanente que ocorre a formação inicial.  

    Processo da formação inicial

    O percurso de cada etapa complementa-se mutuamente, razão pela qual as formadoras devem dialogar e colaborar estreitamente entre si. “O tempo que precede a profissão perpétua lança as bases para aquele crescimento dinâmico da identidade de Filha de Maria Auxiliadora, que deve continuar ao longo de toda a vida” (C 83).

    As Constituições do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora reconhecem quatro etapas de formação antes da emissão dos votos perpétuos: o período de discernimento e orientação – aspirantado, o postulado, o noviciado e o juniorato, que se realizam de forma sucessiva e complementar (cf. C 83).

     O período de discernimento e orientação 

    Durante o aspirantado, é proposto às jovens um caminho de discernimento e orientação da sua vocação; elas podem viver esse período em comunidade por vários meses. “É um tempo de discernimento para poderem responder livremente e com maior clareza à própria vocação” (C 86-87). Nesta fase, a jovem procura descobrir se é chamada à vida religiosa salesiana, vivendo junto com as irmãs uma vida fraterna, a oração pessoal e comunitária e a partilha da missão.

    Na comunidade, em particular a irmã responsável por esta etapa, acompanha, com paciência e oração, as jovens, respeitando o ritmo de cada uma para aprofundar, antes de tudo, a fé católica, o seu papel na Igreja e na sociedade, sobretudo na missão educativa. Este período também é uma oportunidade para conhecer bem a jovem e ajudá-la a descobrir a paixão educativa de Dom Bosco e de Maria Domenica Mazzarello.

    Ao final desse percurso, se o chamado para se doar a Deus entre as irmãs salesianas persistir, a jovem pode pedir para iniciar a etapa seguinte, a fim de continuar o caminho de formação e consolidar sua vida em torno de Cristo, seguindo os passos de Dom Bosco e Maria Mazzarello.

    O postulado

    Esta etapa visa aprofundar as experiências vividas no período de discernimento e orientação. As jovens são incentivadas a aprofundar, com maior intensidade, sua experiência de fé por meio de uma participação mais intensa na vida sacramental, na oração, na docilidade nos confrontos com a responsável pela formação e na participação corresponsável na vida comunitária e na missão.

    Para favorecer uma plena assimilação do carisma salesiano, desperta-se, nas jovens e em toda a comunidade, o entusiasmo por conhecer melhor a família salesiana, os fundadores e a história do Instituto, com o objetivo de cultivar uma fidelidade consciente à própria vocação e à paixão educativa que a inspira.

    A experiência vocacional assume um caráter mais profundo e um tom mais explicitamente carismático. O postulantado prepara diretamente para a etapa do noviciado (C88). As postulantes participam de oito dias de exercícios espirituais antes de iniciar o noviciado.

    O noviciado

    Para admitir a jovem ao noviciado, é necessário verificar se ela possui as disposições necessárias para viver a vocação de FMA. É dada especial atenção a alguns requisitos fundamentais para a vida consagrada no Instituto: uma mentalidade de fé, disponibilidade para a obediência, compromisso corresponsável na vida comunitária e abertura à doação de si mesma às jovens e aos jovens, especialmente os mais pobres.

    Créditos: Instituto Filhas de Maria Auxiliadora – FMA

    “O noviciado é o período da verdadeira iniciação à vida religiosa. Por meio do contato com a Palavra de Deus, do estudo e da assimilação vital das Constituições, do compromisso diário com a ascese e da integração entre trabalho e oração, a noviça aprofunda as exigências do seguimento de Cristo na vocação salesiana” (C 90).

    Esta etapa é de grande importância para o futuro do Instituto, pois, sob a orientação da Mestra e da comunidade formativa, a jovem é iniciada na vida religiosa salesiana, aprendendo o que significa viver como Filha de Maria Auxiliadora (FMA) no seguimento de Jesus, segundo a identidade carismática delineada nas Constituições.

    “Para ser admitida à profissão religiosa, a noviça deve ter compreendido a natureza e o valor da mesma e possuir a maturidade necessária para decidir, com vontade livre e sincera, doar-se ao Senhor, assumindo com responsabilidade os compromissos próprios da vocação de Filha de Maria Auxiliadora” (C 94).

    O juniorato

    O juniorato corresponde a todo o período dos votos temporâneos. É um tempo formativo de grande importância para o crescimento vocacional e para a preparação para a profissão perpétua” (C 96).

    Recomenda-se que “o juniorato se realize em uma comunidade que ofereça a possibilidade de experiências válidas de vida salesiana” (C 97).

    Nas comunidades, as junioristas são acompanhadas para integrar harmoniosamente os compromissos pastorais, comunitários e de estudo, a fim de adquirir a competência profissional necessária para a missão e aprofundar constantemente o carisma salesiano. A jovem FMA com outras irmãs, participa com humildade e serenidade das atividades comunitárias, colocando à disposição seus dons e oferecendo-se ao Senhor, na alegria de pertencer a Ele e compartilhando o ardor do Da mihi animas, cetera tolle.

    A profissão perpétua representa o ato mais decisivo e maduro do itinerário formativo da FMA, porque implica um compromisso de vida radical e irrevogável. Ela orienta todas as escolhas futuras, selando-as numa doação alegre e total de si a Cristo Esposo, na integração n’Ele de todas as dimensões da própria existência, unificadas na única paixão por Deus e pelos jovens.

    A comunidade, lugar por excelência da formação

    A formação inicial realiza-se de modo sinodal numa comunidade, lugar privilegiado de formação pelo seu clima familiar e testemunho evangélico: […] isto exige que cada irmã membro da comunidade sinta-se responsável pelo clima comunitário favorável ao crescimento vocacional e viva numa atitude de acolhida, de diálogo e de doação apostólica (C 82).

    O testemunho de cada uma enriquece o caminho formativo, tornando-o mais autêntico e encarnado. Juntas, de fato, vivemos a alegria de pertencer a Jesus como FMA e juntas tendemos, às vezes com esforço, mas sempre com convicção, à santidade no estilo salesiano. Para Madre Mazzarello, a formação não é, antes de tudo, uma transmissão de conteúdos, mas a partilha de uma experiência de vida.

    Ir. Nilza Fátima de Moraes
    Conselheira para a Formação Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora.

    1-Costituzioni e Regolamenti dell’Istituto delle Figlie Di Maria Ausiliatrice – Constituições e Regulamentos do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora.
    2- Ivi 211.

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